sábado, 13 de dezembro de 2008

KENSAN PARA CONHECER A SI


KENSAN PARA CONHECER A SI

07 a 13 de dezembro de 2008 – Kensan Life Center - Suzuka city- Japao – planeta Terra.

Romeu Mattos Leite

Impressões em Português:

Em mim existe a vontade de escrever o que percebi nesses dias que passei aqui(eu) conversando com os companheiros, (será que posso chamar de kensan ??) penso nas palavras, as frases se formam no pensamento, procuro as teclas correspondentes ás letras que aprendi, sinto as teclas nos dedos, vejo as letras aparecendo uma apos outra na tela a minha frente, mantenho a consciência de que nada que escrevo é fato, tudo não passa de lembranças, as coisas que percebi estão em mim, os pensamentos estão em mim.

Fazia 8 anos que não vinha para o Japão(acho), mas estava pensando que devido a experiência de ja ter vivido neste pais, eu conheço bem os costumes, e ja fui avisando para a AnaRosa: no Japão tem que comer com hashi, dormir no futon e tomar banho de ofuro, os quartos são todos de tatame, e tem que tirar os sapatos, tem chinelo pra ir no banheiro, outro para entrar na cozinha, e as pessoas não se abraçam, so falam japones, o ingles deles é horrivel e se voce achar um pé de mixirica madura carregado na beira do caminho não pode pegar, usar biquini vai gerar grandes comentarios...


Eu mesmo sentia uma certa tensão me cuidando para não sair do padrão disso que eu considerava normal para os japoneses, sempre atento para me ajustar a esse padrão normal.

Ao comentar sobre isso com os japoneses nesta reunião, ouvi eles dizendo que eu conheço o Japão mais do que eles, que eu estava ensinando para os japoneses como são os costumes do Japão, percebi que essa minha ideia fixa do que é o Japão e seus costumes eu trouxe comigo desde o brasil e ficava tenso em me ajustar aquilo que eu mesmo tinha fixado na minha mente sobre o japão. Pensando bem, será que o Japão existe de fato, ou é só uma imaginação minha?

Percebo que tenho como base a ideia de que sou uma pessoa normal, meus pensamentos são de uma pessoa normal, minhas atitudes são normais vivo dentro de um padrão de normalidade, me movimento dentro dessa faixa que criei e chamo de normalidade. Acho que no Japão essa faixa é mais estreita para mim que no Brasil, mas, mesmo assim, eu mando bem, me oriento bem no oriente. (eu acho)

Essa idéia me faz pensar que quem não é igual a esse eu, então não é normal !!!! nossa !

Perai !!! Será que esse é um pensamento de pessoa normal ?? preciso ver melhor isso.

Com os olhos abertos, vejo uma imagem. Dentro desta paisagem vou separando: pessoas, mesa, cadeiras, eu é que separo, divido, classifico, dou nomes. Dentro desta paisagem única, que vejo na minha frente separo uma chícara, foco minha atenção para ela, me perguntam o que é isso? Mesmo antes de ouvir a pergunta eu ja sabia que era uma chícara, a chícara já estava em mim, é óbvio, mas mesmo sabendo que era uma chícara olho de novo, chícara, chícara, chícara...

Essa chícara me acompanha desde a infância, isso também não tenho certeza, tenho lembrança, lembrança não é certeza, lembrança é como nuvem, vapor que se dissolve, memoria não é concreto, não dá para pegar nem segurar, é uma coisa vaga, incerta, falha (eu acho). Chamo de memória essas imagens que se formam no meu pensamento, mas elas podem não ter acontecido, posso ter imaginado, imaginação e memória são farinha do mesmo saco, (eu acho), como distinguir uma da outra? Do que posso ter certeza?

Será que essa chicara existe mesmo?

Onde está a chicara?

Existem 2 ? uma da minha memória e a outra que esta na mão daquela pessoa ?

Vejo o dedo dele apontando para aquela chicara,

aquela?

ou essa que esta em mim?

Percebo que não conheço aquela chicara que penso que vejo na mão dele, nem mesmo posso afirmar que é uma chicara, acho que é, mas será que é?

Arrisco uma resposta: acho que é chicara !

Ele insiste : e essa aqui? Aquele dedo feio (eu acho), continua apontando....

Peraíí !!!! de que chicara voce ta falando ?

Aquele dedo apontando vem dele,(eu acho), a chicara que ele ve não é a mesma que eu vejo, (eu acho), então nao sao mais 2, agora sao 3 chicaras:

1? a que ele aponta,

2? aquela que acho que esta ali, e

3? a que eu vejo,

(eu acho)

Mas eu mesmo só vejo uma dentro de mim, neste momento, não consigo avançar mais

Vivo num mundo paralelo. Impossível conhecer a realidade como ela é, existe uma camisinha permanente, indissolúvel que fica entre a realidade e essa coisa que chamo de eu.

O que sou eu ? Tenho na ponta da lingua o nome, a idade, filiação, nacionalidade, biografia, numeros RG, CPF, endereço, telefone etc, etc. Mas eu não sou esses rótulos, então, que sou eu?

Tenho gostos e não gostos, desejos, sentimentos, lembranças, pensamentos, idéias, tudo isso ocorre dentro de mim(eu acho), essa série de abstrações e subjetividades que acontecem dentro deste espaço limitado pela pele, essa embalagem que eu acho que me separa do mundo exterior, da realidade, acho que é isso que chamo de eu.

Eu devo ser isso que eu penso conscientemente que sou, mas na realidade eu não sei o que sou, tenho somente a percepção de mim.

E o que as outras pessoas chamam de romeu, o que será ? Acho que é aquilo que elas percebem nelas, disso que esta aqui. Complicado demais para entender, pior ainda para escrever.

Apesar de não poder ver a realidade como ela é, eu estou dentro dela faço parte dela, (eu acho) mas esse eu que estou agora aqui pensando essas coisas, eu me percebo, mas minha percepção não é a realidade, então, será que existo?? Melhor deixar isso de lado por hora, afinal, eu sou uma pessoa normal !!!

Percebo o limite entre fato e pensamento, mas o que é fato?

Ah ! o yaki soba que comi ontem já não é mais fato, agora é memoria mas será que esse fato aconteceu?

O tal de Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, isso é fato?

Eu ouvi na televisão, li no jornal, escutei no radio, eu ouvi minha amiga que mora nos estados unidos me contar como foi. Penso: todo mundo sabe disso!

Na televisão eu vejo a imagem, a imagem esta na televisão ou em mim ?

Na minha biblioteca de conhecimentos armazenados na memória tem a informação que devem sair raios luminosos da tela da televisão que entram nos meus olhos e se transformam em imagem no meu cerebro (fonte: eu mesmo)

A imagem não é o fato, (eu acho)

O rádio tem som que entra no meu ouvido, o fato não entra no meu ouvido (eu acho),

Ouvir acontece em mim, o som acontece no radio? Nem isso posso afirmar,

E o fato ? o fato aconteceu nos Estados Unidos. Será ?

Acho que presidente é uma palavra que inventaram, para governar um sistema também inventado, que tem uma coisa que chamam de eleição que tem um resultado que vem de uma contagem, que compara números e o número que é considerado maior é associado a um nome e esse nome eu ouvi que foi : Obama!

Ao ouvir esse nome, imediatamente associo a imagem de um negão, ai eu penso: O negão ganhou a eleição mas será que esse negão que eu visualizo é mesmo o Obama?.

Inventar, contar, comparar, associar, tudo isso é subjetivo são pensamentos, juntando todas essas coisas abstratas nunca teremos uma coisa concreta (acho).

Senti vontade de defecar, acho que finalmente vai sair algo concreto de dentro de mim, levanto, abro a porta que penso ser do banheiro ali (aqui) eu vejo uma privada japonesa cor de rosa, sento nesta privada, apesar do frio, sinto ela quentinha na minha bunda, olho para a parede, vejo desenhos indecifraveis, sombras, profundidade, me pareceu que aquela parede era mole fofa, se eu enfiar o dedo será que ele vai afundar na parede ??? Que é isso ? isso não pode acontecer!!! imagina?, parede é dura! Será que to ficando louco? Eu sou uma pessoa normal,!!!! normalmente eu daria o caso por encerrado, mas minha visão me transmite essa sensação de maciez e profundidade naquela parede, porque não ??? experimento colocar o dedo - não entrou, pelo menos desta vez…. Dou a descarga e la se foi,,,, o que era concreto ja virou memoria.

Essa escrita já tá saindo do padrão da normalidade, vou ficando por aqui, aliás eu nunca estive em outro lugar, sempre estive aqui nas minhas percepções.

Sigo vivendo aqui, no mundo paralelo aos fatos. Essa vida paralela pode ser mais próxima ou mais distante dos fatos, mas sempre será paralela.

Quero treinar mais essa visão, essa auto consciência de que sou incapaz de ver a verdade, tentando ouvir os demais, apurando as minhas percepções, nunca fixar, seguir perguntando: Como será na Verdade? Infinitamente…

Agora que não sei mais nada, posso sair da normalidade, existem coisas novas acontecendo a todo momento.

O dedo ainda não entrou na parede, mas, pode ser que o papai noel apareça nesse natal...

Kensan em Susuka

Ana Rosa Lombardi

No início do Kensan, ouve uma apresentação de cada um, intenções e motivos de estar aqui, de participar dessa semana de Kensan. Nas reuniões foram colocados diversos temas. Ouvindo, pensando e falando sobre eles, tinha a impressão de estar tentando descobrir algo nos temas, como se tivesse uma “resposta”.

Percebia como se cada pessoa do grupo estivesse procurando dentro de si, como os fatos eram captados, passo a passo, cada segundo de percepção se desdobrava em inúmeras ações. Ainda assim as perguntas não cessavam, o que, na minha percepção, indicava que ainda dava para procurar mais.

Nesse processo, fazia um esforço em buscar clarear como se via, como se ouvia, o que de fato estava sendo visto e ouvido... e ainda assim, existia uma lacuna entre o momento que foi visto ou ouvido e quando foi percebido e interpretado. Sei que quando vejo algo... vejo uma imagem e não o fato em si, mas essa compreensão é uma racionalização e a percepção de que estou vendo o fato lá fora é algo muito forte.

O grupo trabalhava nas mesmas questões, cada um falando sobre suas percepções. Eu captava o que entendi do que o Milton traduziu, isto é, a captação e interpretação da tradução da captação e interpretação. Percebia o grupo trabalhando junto, cada um com seu pensamento, fazendo parte da construção de uma idéia com vários pensamentos. A pia baixa da Tomo chan, do filho que ficou feliz em vê-la, o futon pesado da Yoko san, as imagens que parecem grudadas no fato observado e muitas outros questionamentos vivenciados no grupo fizeram parte de algo que entendo como a evolução de um processo onde vai ficando claro que nada é tão “claro” ou óbvio assim. Ouvindo os outros e lembrando de situações semelhantes... a pia que acho baixa, outra que nem penso sobre ela... fui percebendo, durante a semana, que por ver as coisas com meu ponto de vista, penso nelas a partir da relação entre eu e as elas... as flores do parque que estavam em maior quantidade naquele penultimo dia... é muito provável que já estavam lá no dia anterior e eu simplesmente não tinha observado.

No fim último dia dessa semana de Kensan, observei que ouvia as opniões das pessoas como se fosse parte da mesma idéia e não mais como o pensamento de cada um (embora fosse). Estava ouvindo e sentindo a construção de “uma idéia” em grupo, onde o pensamento de cada um era, as vezes complementar, as vezes a visão de um explicava o ponto de vista do outro, mas tudo dentro uma grande idéia, não via mais como um conjunto de diversas opniões. Sinto que a construção em grupo conduziu a um processo, onde não se tem um ponto para alcançar, mas vivenciar o próprio processo em si. Perceber como estou percebendo, ver como estou vendo, a imagem grudada no fato... se revelaram como temas que hoje sinto vontade de continuar investigando.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

trasncrição da gravação - mi yamagishi

「自分の考えはいい加減なもんや」と思ったら、そこから一体が始まる。まずその自分になること、用意するならそこからすること。相手があって一体の人やな しに、自分がなること。自分の考えが正しいとしない人。とにかく我のないというのはそこなのよ。「自分が優れている」、「正しい」、或いは「みんなの決め たものを正しい」とする頑固なもの、それがなくなったのが一体よ。それから始まらなければ一体は始まらん。そのコモトが出来てなければ、なんぼやってもあ かん。これが一体研鑽の一番初歩で、一番基本やと思う。相手に問題があるのでなく、自分が本当に一体の自分かどうかよ。自分よ。それでこそ話し合いが出来 るのよ。いっぺん聴いてほしかった。「ああ、そういうことか」と聴いてもらって、向こうさんのも聴いて、聴いてるうちに、「それも正しいとは言えない」と して研鑽していくのが一体社会やろ。

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

conhecer o ser humano

conhecer o ser humano
o como é por dentro do ser humano
a natureza da mente do ser humano
da onde está saindo
de que base estão saindo estes
atos e palavras, pensamento e sentimentos.
acertar o foco no estado da mente (ou coração)
que esta pessoa tem como base

não basta a vontade: querer acertar o foco - quero focar !
não adianta o entusiasmo: vou acertar o foco - vou focar !

ai, entra em questão
esse "eu" que consegue acertar o foco
ou seja
o seu (ou a meu) próprio estado da mente (ou coração)
que possa, consegue, (naturalmente) acertar o foco

mas,
se conhece a sua importância
a porta de entrada
para tornar-se numa pessoa assim
é: "observar a si"